quinta-feira, novembro 02, 2006

Foi, como dizer, assim. Comeram, beberam, quiseram dormir. Quis, especificamente. Mas ele não deixava. Ela, no fundo, não queria que ele deixasse. E aproveitaria cada beijo nas costas, sem se mexer, se não fosse a vontade absurda de brigar com o rapaz. Brigar, meramente, pra poder reconciliar, e ir, assim brigando, assim voltando, até enjoarem de brigar e mergulharem numa pacífica monotonia. O gosto da pizza ainda tava na boca, misturado com o cheiro do vinho barato, que deixava a boca vermelha. Vermelha de uva ou de tanto mordida, já não sabiam. E nem se preocupavam em saber. Virou-se pro lado, fez-se rogada e disse que dormiria, que a deixasse em paz, agora. Ela, sabendo que isso não aconteceria, ele, sabendo que ela não queria que isso acontecesse. Enrolou sua mão na cintura dela, puxou-a pra mais perto. E foi, assim com a mão, e assim com a boca, convencendo que eles tinham a vida toda pra dormir, e nem mais um minuto pra não ficarem o mais próximo possível. ‘não presta’, pensou.‘Presto eu, menos ainda’, e então desistiu de dormir, mas não abriu os olhos, com medo de que aquilo fosse outro sonho.

2 comentários:

Anônimo disse...

naum importa a briga,naum importa se a cama eh baixa ou alta o importante eh ficar acordado para brincar mais um pouco.

Anônimo disse...

Na verdade, agora só falta passar no vestibular e se formar. O dom da escrita ela já tem. Quanto ao adjetivo, não preciso nem dizer.