sábado, junho 28, 2008

Ai, pára. Você tá me machucando. Esse teu jeito de não decidir o que quer de mim, pra que isso? Devagar, você tá me machucando. Eu só queria entender o que passa nessa tua cabeça. É sarcasmo ou ingenuidade mesmo? Não faz assim, você tá me machucando. Eu não consigo desistir de você, nem quando você mesmo já desistiu de você; péssimo defeito esse o meu, continuar acreditando. Ta doendo, vai devagar. Você continua me olhando. Quando me abraça eu acho que vou explodir. Por favor, tenta não me machucar. Queria te dizer tanta coisa, mas essa tua introspecção vai me fazer calar pra sempre. Você ainda ta me machucando, me solta. Me solta, cara, me deixa ir embora. Não encosta mais em mim, você sempre me machuca. Não volta com esse sorriso, que eu não quero sorrir pra você mais. Você é muito forte, não me aperta assim. Você é muito forte, forte demais pra mim. Me solta. Me solta. Me solta. Não me solta nunca, nunca mais...

"Seja do jeito que for, eu te juro, meu amor, se quiser voltar... tá perdoado"

quarta-feira, junho 18, 2008

O problema é a intensidade? Uma vez eu te perguntei isso. Você sorriu, um sorriso de lado, disse que era a intensidade o que eu tinha de melhor. Você disse, eu lembro, que eu nunca devia querer perder isso. Mas quando você disse você tava indo embora. Eu pedi, intensamente, que você voltasse. E você não voltou. Então por você e por tudo que eu fiz e faria por você eu me prometi não perder a intensidade. Você disse que era lindo de ver o jeito que eu me abandonava para as coisas. Eu disse que eu fazia isso porque não sabia fazer diferente. Você me achou incrível. Eu te achava único. Eu sabia, eu sempre soube, que outro de você não teria. Eu ainda sei disso. Sei quando to sozinha, sei quando estou com outros. Sei quando estive com ele. Você foi embora e ele ficou. Você foi embora deixando que eu gritasse. Ele ficou me fazendo ficar quieta. Eu tentei lembrar da promessa que fiz pra você e pra mim e não me calei. Não deixei de dizer o que sentia, não parei de sentir. Eu disse que eu queria ser indiferente e você não deixou. E eu não fui, eu não sou. Agora aquele que tinha ficado também foi. Você, ainda não voltou, e eu, meu deus...Eu to procurando força ainda para não quebrar aquela promessa. A única coisa que eu fiz por mim mesma, a única coisa que me une a você

sábado, junho 14, 2008

Ele é funcionário, ela dançarina.Disso, o chico já sabia. Ela esguia, passava por qualquer fresta, mesmo naquela onde só cabia o pão lotado de requeijão do jeito que ele gostava. Ele funcionário, já se sabe, funcionário da música na boca. Música essa onde ele conheceu ela. Boca aquela, onde ele se encontrou. E ela ficou com a boca suja de requeijão, de tanto beijar o funcionário-de-nada, aquele que desistiu de ter patrão, pra ficar olhando a dançarina e sua cintura que cabia direitinho nas mãos nada burocráticas do funcionário sem instituição. Os passos de um tinham o formato dos pés do outro. Eles cabiam em uma cama só. Eles faziam um coro só, com duas vozes e várias risadas que se perdiam de noite, quando os dois não sabiam mais quem eram. Ele dançarino, ela funcionária. Funcionária de nada, fazendo ele dançar por aí, do jeito que ela ensinou e ele sempre quis aprender.
Era uma estátua de mármore. Branca, bonita, mas uma estátua. E por mais que se queira, por mais que se esforce... Uma estátua de mármore não pode fazer muito por você. Uma estátua, se sorri, foi esculpida. Se chora, continuará chorando por todos os outros dias que você passar por ela. Uma estátua. Que pena, meu amigo, você se apaixonou por uma estátua. Que pena, senhora da rua de trás, você tentou se explicar pra uma estátua. Desculpa, moça do nome de flor, estátuas não sabem falar de amor. Elas vão passar mais tantos anos da mesma maneira. Quando você tiver o corpo marcado pela saudade dos antigos amores, ela estará só mais gasta, de aguentar sereno sozinho. E quando ela tiver menos branca pela sujeira, você vai estar cada vez mais pálida. Porque no fim, é uma pena, mas você é igual a estátua, presa em você mesma, esperando alguém te tirar dali.

terça-feira, junho 10, 2008

E aí, tudo bem? Eu sei que você não tá bem
É claro que tudo bem. Por que não estaria tudo bem? Ele acha que eu não to bem.
Sei lá. A gente ficou meio desentendido, eu não queria te entristecer. Eu sei que te magoei
Ah, então é isso. Você tá perguntanto se eu to bem, no sentido de se eu to bem sem você. Egocêntrico.
É, né. Você gosta tanto de mim. Eu sei que gosta.
É, eu gosto tanto de você. Pena que você não entende, pena que você nunca entendeu, que eu gosto de você como gosto de qualquer pessoa que está comigo. Como gosto de qualquer pessoa que almoça comigo, me leva pra passear e me faz companhia. Eu gosto de você como podia gostar de tantos outros. Bom, mas fica bem aí. Não quero que você se preocupe.
Eu não tô preocupado. Eu nunca tive.
Legal, né. A gente se vê por aí. Quem sabe a gente se entende. Fica assim de boa. É, acabou o tesão.
Eu acho bom! Eu acho legal quando a gente fica. Só sobrou o tesão.
Eu também. Então tá. Tchau hein, se cuida. Se tivesse carinho, o tesão seria o de menos. Mas um nunca teve, o outro acabou. Uma pena, eu que te achava tão lindo.
Se cuida você também! Sem mim.
Sem você.

sábado, junho 07, 2008

[Te perdôo por fazeres mil perguntas que, em vidas que andam juntas, ninguém faz] [Oi, então, quando você vai começar a me amar? Sabe como é, a vida vai passando, a gente vai querendo gostar e se não acontece, ah...ai dói, né? Oi? Não? Não vai dar pra gostar?] [Te perdôo, por pedires perdão, por me amares demais, te perdôo] [Olha, to dizendo numa boa, querido. Não dá, não dá mais. Você confia demais em mim e eu não gosto de quem confia em mim, entende? Eu nasci pra não ser confiável e teu jeito de dizer que eu sou perfeita só anda me humilhando, porque eu no fundo, querido, eu no fundo valho menos que a fumaça do meu cigarro] [Te perdôo por ligares pra todos os lugares de onde eu vim] [Sabe o que te atrapalha? O que te mata? O que te mata é esse teu ciúme ridículo. Como se me fizesse ser menos cafajeste o teu desespero de me fazer seu] [Te perdôo por ergueres a mão, por bateres em mim] [Bate filho-da-puta, quando é que você vai aprender que eu gosto das coisas machucadas, sangrando embaixo do meu cobertor? Eu gosto de dor, querido. E você com esse jeito de bom moço, vai acabar me deprimindo] [Te perdôo quando anseio pelo instante de sair. E rodar exuberante e me perder de ti] [Vai, mulher, vai com essa meia cor da tua boca, cor da unha, cor do teu desespero. Vai pro mundo, que eu já não aguento teu peso nas minhas costas, nas minhas pernas, nas minhas coxas] [Te perdôo por quereres me ver aprendendo a mentir] [Diz, diz olhando na minha cara que não é só tesão que te prende a mim] [Te perdôo por contares minhas horas nas minhas demoras por aí] [ Diz tu, desgraçada, quantos outros você prefere?] [Te perdôo porque choras, quando eu choro de rir] [O importante é que você gostava quando me via tremer embaixo de você, ainda que pensando em outros] [Te perdôo por te trair] [...]


Brigada, Chico. Prometo parar de usar tuas letras pros meus vômitos particulares.