sexta-feira, agosto 28, 2009

que me abrace, que me desculpe toda vez que parecer maluca, que não se esqueça, que não desapareça, que se entenda, quem me aguenta?...que me agarre, que me beije, que não se queixe da mancha de batom...que não cante no tom, que não faça as coisas certas e não pense nas coisas erradas. que me queira, que pareça que me queira em sete vidas, em todas as horas. que não perdoe grosserias, que me mande engolir sapos. que não saiba desenhar, que não saiba cantar, que só saiba ler, cada linha da minha mão, cada letra do meu corpo, cada frase da minha boca. que venha sem ter que ir o tempo todo, que fique mais um minuto, que minta, que sinta, que diga que sente. que me envolva, que me distraia, que me mate de rir e de chorar, que me ressucite. que me deixe viva, que me sinta viva, que me segure com força, na cama e no mundo, quando o teto ou céu desabar, que conte pintas e conte estrelas, que me enlace, que me disfarce, que não se envergonhe de mim, que se queixe, que se queixem, que se danem!

que não me deixe pra depois.

sábado, agosto 22, 2009

e eu que achava que conhecia todos os seus rostos, hoje faço um esforço pra me lembrar do tempo que eu conhecia todos os seus rostos. eu conhecia o rosto de cada humor, o rosto da manhã e do rosto depois do café da tarde. eu conhecia o rosto com sono e aquele que tinha acabado de acordar. eu conhecia o seu rosto quando você se rendia a alguma besteira dessas muitas que eu, ainda hoje, digo. eu achei que conhecia cada linha do seu rosto, cada jeito diferente de olhar. mas eu me enganei. hoje fico tentando lembrar dos muitos rostos que você tinha pra mim e nenhum me volta a memória. você, meu menino multifacetado escondido na cara de mau tem um rosto só, que eu não conhecia. tem um rosto que ri mais do que eu achei risse, quase sempre da minha cara. e agora quando eu paro naquele silêncio que tem mais você que tudo o único rosto que vejo é esse seu, diferente dos que eu conhecia, porque tem qualquer coisa que me acalma e me encosta. o rosto, que é diferente dos outros rostos que eu conhecia. o único que eu quero ver.

terça-feira, agosto 11, 2009

Eu quero o mundo. Não, já passou da hora de você saber que não pode ter tudo que quer. Mas eu só tô pedindo o mundo, que é pra eu pintar ele bem de colorido, e aí a gente vai andar por aí como se fosse sempre dia de felicidade. E quem te disse que felicidade tem cor? Foi você. Eu, você ta maluca? eu sequer gosto das cores. Mas foi você, com a cor dos olhos, com a cor da boca, com a cor do silêncio. Silêncio tem cor, sabia? e eu vou te dizer um segredo, tá? Tá. Cada silêncio tem uma cor. O silêncio depois do beijo é um. O silêncio de quando você me abraça é outro. O silêncio que aparece de repente dizendo pra lágrima num cair é outro ainda. o silêncio é quase um arco-íris, e tá pintando os meus dias. Você queria que eu falasse mais, não é? Queria que eu dissesse todas aquelas coisas bonitas de se ouvir. Não. Não? Não, porque é quando você fica quieto que eu sei de tudo, que eu ganho o meu mundo. Como? é no teu silêncio que você me pinta de vermelho cor-de-sangue, e eu te sujo todo, e assim eu pinto o mundo, que é porque meu mundo inteirinho é você.

segunda-feira, agosto 10, 2009

me ensina algo hoje? mas tem que ser hoje.

eu passei a minha vida tentando aprender. anos e anos tentando aprender: o que era a água em cima da planta de manhã? o que era saudade? o que é "comunhão dos santos"? por que dizem que nunca é tempo demais?
e você querendo que eu te ensine algo...

eu, no caso, posso te ensinar que cheiro é a única coisa que pode ficar na lembrança, quando a memória é o ruim. eu posso te ensinar que flor nenhuma gosta de ficar sozinha, e que ela precisa de água todo dia pra ter vontade de olhar pra cima. eu posso te contar que tempo mesmo não tem a ver com número de dias. o meu tempo passa de acordo com os momentos que eu queria estar contigo e não estive. eu posso até te mostrar uma música, mas eu ainda não posso cantar pra você...

ando por aí tentando aprender, que é pra não dizerem que eu gasto tempo demais. Mas quer saber? ainda não sei o que é "comunhão dos santos", eu que prefiro acreditar que a água em cima das plantas e choro de flor, eu que nunca usei a palavra nunca. eu, eu que morro dessa tal de saudade...

sábado, agosto 08, 2009

Quantos céus uma pessoa pode conhecer? De quantas cores as nuvens podem se pintar? Quantos sóis diferentes nasceram e a gente achando que era o mesmo brilho todos os dias?

Quando eu te conheci o céu era lindo, tava todo colorido de nuvens, de estrelas, de sol e de saudade. Quando eu te conheci, sem nunca ter te conhecido, achei que tinha visto o céu mais bonito. Contei, um a um, os sóis que eu vi nascer longe de você. Sem você tudo era ruim, mas o céu nunca deixou de ser bonito.

Eu me perguntei todos os dias quem é que permitia o céu ser tão bonito quando a gente ta triste. Você me disse que nem tudo é tão bonito assim, que o mundo não é cor de rosa, ainda que toda vez que eu olhasse pro sol que nascia era essa a cor que eu via.

Você me disse e eu acreditei. Agora vem você com o seu sorriso e desmente tudo. Vem você e me faz acreditar que você mentiu o tempo todo. O mundo é lindo. E o céu podia se vestir de nuvem e clarear todo o meu caminho. Com a lua cheia e de mão dada é mais fácil seguir andando. E triste não é contar os sóis que nasceram sem você, porque quando a gente ta junto é a lua,e não o sol, que eu quero ver por mais tempo…