terça-feira, agosto 26, 2008

Eu agüento seus vícios. Você é tão forte. Teu perfume sempre vence o meu na queda de braço que rola no meu lençol quando você levanta. Teu perfume, grande campeão, se exibe marcante e orgulhoso, me lembrando a noite toda que, ainda que aquela cama fosse minha, ela cheiraria da mesma maneira que cheira a tua nuca colada na minha boca. A noite inteira. Eu volto a pensar nos teus vícios, você consegue ser sórdido até comentando um detalhe meu. Eu sou cheia de detalhes. Você me Olga, como um amontoado de retalhos que você não entende e não gosta. Não gosta mas também não joga fora porque sempre pensa que algum dia eu posso ser útil. Queria ser teu quebra-cabeça, retalhado também. Mas instigante o suficiente a ponto de você ter vontade de juntar minhas peças, exaustivamente, e depois olhar sorridente o resultado. Que seria bonito. Meus detalhes, meus retalhos, minhas peças te incomodam tanto que eu fico constrangida toda vez que você me olha; sempre nua. Você é um masoquista, sabe que eu não sou nada daquilo que mais te atrai mas mesmo assim me olha, demoradamente. Gosta da repulsa que o meu corpo te dá e fica com tesão. Morre de tesão das minhas costas tortas, minhas pernas machucadas e do meu cabelo desgrenhado. Eu não tenho nada do que você mais gosta e você ainda procura isso em mim como se fosse um dia brotar. Adoro o falso tom amigável que a sua voz assume depois que goza. Teu pudor não te deixa me destratar, eu fui recipiente do teu prazer; Mas, assim que o suor seca e o seu corpo para de tremer você se auto-flagela com a tristeza de me ver deitada ao seu lado...feliz.Eu fico sorrindo, vitoriosa, mais uma noite! E aos poucos eu vou te sugando. Você dependendo mais de mim e eu cada vez mais descobrindo quem você é. Meu deus, como você é sujo. Eu te d3ixo imundo e você até chora de prazer. Ou é de vergonha? Eu sou exatamente o oposto do que você gosta. Por que? Você se preocupa, se pergunta, eu finjo que não noto. Vou embora gargalhando. Você me dá asco, vontade de vomitar na sua cara. Bem que você ia gostar que eu vomitasse, eu sei disso. E é só por isso que eu me controlo e não gorfo minha verdade vermelha nesse branco mentiroso que você é.

domingo, agosto 17, 2008

eu tenho tanto ciúme de você e nunca disse. tenho ciúme quando você me diz que com ela era mais feliz. tenho ciúme quando você perde o olhar em uma foto que não é minha. tenho ciúme quando você ouve uma canção e se emociona, sabendo que aquela canção não é nada pra mim. eu tenho ciúme porque ela também gosta da sua barba, porque tem o sorriso dela na sua boca. tenho ciúme dos seus olhos, porque preferem olhar dentro dos olhos dela. tenho ciúme da sua mão, porque já pegou nos seios dela antes dos meus. tenho ciúme da sua língua que já encostou na língua dela. tenho ciúme do seu cabelo, porque ela fazia cafuné melhor que eu. tenho ciúme das suas costas, que antes de mim já tinham sido arranhadas. tenho ciúme do seu peito, porque ela cabia deitada nele e eu não. tenho ciúme da sua cama, seu quarto, seu livros. tenho ciúme do respeito que você tem por ela e não por mim, tenho ciúme que você sabe a comida predileta dela e nunca perguntou a minha. tenho ciúme porque ela era linda, e eu sou tão legal.

era tanto ciúme que eu cansei, e fiquei só com a saudade.

sábado, agosto 09, 2008

http://ambidestria.wordpress.com/2008/08/09/madrugada/


eu vendo meu peixe, mesmo.


entraí. E se não quiser ler a minha coluna, tem outras milhares que valem MUITO a pena.
Hoje você me disse tanta coisa dolorida. Quase todas as suas palavras me machucaram muito. E eu te amo mais por isso. Você me contou que o amor que a gente sente e nos machuca é igual a um braço doente, que tem ser arrancado. Um amor, é igual ao nosso braço, é parte da gente, é nosso apoio;Você até gosta do seu braço, não se vê sem ele, mas ele te faz mal e é preciso arrancar esse braço antes que ele adoeça todo o resto do corpo.
Hoje eu tive nojo dele. Eu tive nojo de um pedaço de mim. Eu tive nojo do meu amor. Meus deus, você me dizia e eu sabia que era tudo verdade, eu sabia que aquele braço que eu olhava e era tão lindo, estava podre por dentro. Quanto tempo eu passei sem acreditar?
Um dia, quem sabe eu encontro outro braço. Mais forte, mais meu. Um dia. Enquanto isso eu vou sem braço, apoiando em você.


[escrito entre algumas lágrimas e muitas cervejas, pra uma mulher que a gente se apaixona todo dia. Cláudia.]