sexta-feira, fevereiro 23, 2007

O seu cabelo preto só tinha vida perto dos cachos dele. Sua boca enorme, só dizia as palavras certas quando encostada, quase colada, nos ouvidos dele. Muito provavelmente, os pés compridos só andavam em linha reta porque aqueles outros tinham trilhado, anteriormente, um caminho exato. Gostava do perfume dele, forte e marcante. Suficientemente forte pra fazer com que o dela sumisse e marcante a ponto de grudar no seu corpo, em toda a sua extensão. Inclusive em lugares que ele jamais tocara. Ainda que ela achasse que seu corpo todo já tinha sido dele. Muito mais do que supusera, muito mais do que um dia previra. Enlaçou os braços em torno do seu pescoço e disse, desesperadamente, para que ele não a esquecesse. Levantou-se e foi. Não podia mais ficar...Não sabia bem porque, mas já estava de costas pra ele e dizendo um adeus de quem não queria ir. Quando sua silhueta já se confundia com o corredor escuro, ouviu um soluço. Não dele, nem dela. Era um choro que rompia vindo de um não-se-sabe-onde, mas que, naquele minuto, achou-se vir do relacionamento agora materializado. Eram os sonhos, as noites-não-dormidas, os beijos, abraços, gritando para que ela não acabasse com aquilo. Virou de costas e sorriu. Rendeu-se ao beijo dele e disse que tinha mais alguns minutos. Não ia embora agora, e voltaria. E voltaria todas as vezes que pudesse e não-pudesse, e diria todos os dias, ainda que em pensamento, que era louca por ele. Louca por eles. Louca pela loucura deles. Completamente apaixonada.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Vamos dar um tempo a poesia/prosa e vamos desabafar.
Ainda mais que isso tá mais parado que louça em república mista.

Eu to com medo. Muito medo. A verdade é que eu passei um ano inteiro sonhando com a UNICAMP, era, é, sempre foi a minha primeira opção. Ainda que todo mundo prefira a USP, e que digam que São Carlos é bem melhor que Campinas. Eu achei que tinha tomado pau na primeira fase, foi quando eu descobri que não, e retomei todos os sonhos que eu acumulei diariamente esse ano. E eu to a um dia de descobrir se meu sonho vai vir sorrindo ou se eu vou sair chorando de uma decepção. Por mais que digam que cursinho faz bem. Foda-se, eu prefiro me ferrar na faculdade a amadurecer no cursinho. Mas sim, tem suas vantagens..É mais um ano do lado do Bruno, e meu cabelão que continua intacto.
Eu queria escrever pra saber que alguém, em algum lugar do mundo, vai compartilhar o desespero que me tomou.

mas vamos lá. Eu sobreviverei.
eu acho..
=)