terça-feira, novembro 07, 2006

E não viveram felizes para sempre

"e ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim.. Do nosso amor, a gente é que sabe, pequena!"
Último Romance-Los Hermanos.


Mandaram que ela escolhesse. Entre um e outro, não ficou com nenhum. Talvez porque já perdera tempo demais voltando sempre na mesma escolha. E quando se viu livre de qualquer pensamento capaz de confundir a cabecinha. Parou. Atônita. Eis que vinha, de um não sei onde para não se sabe por que, mudar sua vida; e mudou. Como nunca ninguém havia mudado. E bem se sabe que mudanças não são sempre bem vindas. Há, entretanto, quem acredite que só mudando o ser humano evolui. Pois não deixou de ser evolução. E foi tomada pela certeza de que, finalmente, se apaixonara. Falou de casamento. Desprezou idades. Buscou um sonho. E como toda boa realidade levou um tapa ardido do destino na cara... e chorou, chorou, chorou. Procurando lágrimas no mais fundo do seu corpo. Tirando da própria alma toda a dor que sentia. Pensou que cairia. Não caiu. Provavelmente, se ela fosse você, desistiria. Mas não desistiu. Tinha em si, e nos amigos, muito mais energia do que supusera. E se recompôs, sem, entretanto, livrar-se daquele sentimento que já tinha feito de teto o seu coração. E que belo coração ela tinha. Grande o suficiente para parecer um palácio à qualquer paixão, madura ou não. Descobriu, então, que precisava se apaixonar. Perdeu-se em sentimentos, sem saber exatamente se o amava, ou se amava o amor que tinha por ele. Amava os dois. Ele, por ter dado a ela a oportunidade de conhecer aquele tal amor, dos romances baratos de bar-de-esquina, que sendo baratos e chulos são verdadeiros. Verdadeiros, principalmente, porque ela era a prova viva de que amor não escolhia cor nem idade. Que dirá a raridade das palavras ou a própria literatura. Nem vontade, nem tempo e, menos ainda, circunstâncias. É bem capaz que se tivesse tudo pra dar certo, sequer aconteceria. E agora, que nada se encaixava, perdia os dias pensando numa realidade distante. O ser humano talvez fosse exatamente aquilo. Viver da saudade do sonho que não aconteceu, rememorando lembranças de coisas pequenas, que cismamos em aumentar infinitamente, pelo mero prazer de dizer: eu vivi uma história de amor.
E quem vai dizer que não foi?


[Helen, esse texto é todo seu]

2 comentários:

Anônimo disse...

todo mundo tem uma historia dessa para contar

Anônimo disse...

PUTZZZZZZZZZZZZZZZZZ PERFEITOOOOOOOOOOO!!!! pirei, chorei me emocionei....
AMEIIIIIIII d+++!!!
brigadooo bud...
falou tudoooo!!!
AMOOOO VOCE!!!!!!!!!!