quarta-feira, junho 10, 2009

Quem é esse homem que num dia me enche a vida de uma felicidade que eu antes não tinha visto para depois me deixar em uma tristeza que não passa, nem com água, nem com cachaça, nem com a minha música predileta? Ele vem e me fala do brilho do meu olho, e do jeito que esse brilho nasce quando eu sorrio, para depois me lembrar o que as minhas olheiras já não me deixam esconder. Quem é esse homem que consegue por lágrimas nos meus olhos todos os dias, lágrimas de todos os tipos, como se todos os meus sentimentos confusos e cansados de serem os meus sentimentos fugissem de dentro de mim em forma de água, que nasce no olho e vai para o mundo, livre…
Quem é esse homem que tem forma de angústia e que me tira o sono todas as noites e ao mesmo tempo me dá sonhos para eu pintar nas poucas horas que o sono me encontra?
Quem é esse homem que me vê como se já me conhecesse, e adivinha as minhas vontades, e os meus sonhos, e tem o papel certo para eu começar a escrever uma história? Quem é ele que amassa e joga esse papel longe, toda vez que eu me aproximo com a minha caneta, com meu enredo e com os meus diálogos?
Quem é esse homem que me machuca, e me dói, e me arde tanto, mas que também é o único remédio para essa ferida que não fecha? Essa ferida que sangra e espera aberta pelo curativo que eu sei que só ele pode fazer…
Quem é esse homem que eu não conheço e que não me deixa conhecer, esse desconhecido que foge de mim, para no outro dia aparecer de novo, com o sorriso dele, que eu sei que vai me enganar com a ilusão de que eu já o conheço, e que eu já tinha escolhido para me matar e salvar, antes mesmo de o conhecer.
Quem é esse homem que eu não posso deixar ir embora, mas que também não quer ficar. Que não pode ser meu, porque já é do mundo. Quem é esse homem que hoje me faz perguntar, com a cara vermelha no espelho: Quem será que sou eu?

3 comentários:

Unknown disse...

que lindo :/

Adriano Godoy disse...

que babaca esse homem

Lara disse...

aiai esses homens, que nos tiram a racionalidade, a identidade, nos deixando sem saber quem são e quem somos...
lindo texto!