quinta-feira, dezembro 29, 2011

éramos, nós, estreitos nós, enquanto tu és laço frouxo: tira as mãos de mim...

Todo laço é um nó, a bem da verdade. Pena que ninguém percebe. Laço ou nó ela me pergunta quando peço para amarrar o meu biquíni. Laço, eu preferia sempre, é a estética do facilmente resolvível que me comove. Tem coisa melhor que ter um problema cuja solução pisca ao horizonte?Porque soltar o biquíni sempre soa como solução. No fundo, eu gosto muito da dor quando eu sei que ela vai passar em breve. Mas a certeza é sempre altamente falsa, afinal, como eu sou boba, se o laço em sua essência é nó, pode facilmente se desprender e voltar as tão aclamadas origens de nó, basta que eu escolha o lado errado pra puxar. E adivinha? eu sempre puxo. E depois, só com a boca o problema se resolve. Cravados os dentes, eu consigo me soltar. Cravados os dentes e as unhas, se o nó for de marinheiro, eu ainda consigo me soltar. Pena que eu não quero. Em algumas amarras eu prefiro me prender, e faço de conta que o lacinho de cetim que me prende é uma algema sem chave. Assim eu espero a dor, que passará em breve (não antes de percorrer meu corpo inteiro) e desenhará um laço na minha boca, que eu chamo de sorriso.

põe as mãos em mim...

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