segunda-feira, maio 04, 2009

e olhou-a de um jeito muito mais quente
do que sempre costumava olhar
(Valsinha)


Eu quero seguir nessa dança até o corpo pedir que eu pare, porque coração, meu amigo, arrega fácil e é só o corpo, no corpo a corpo, que aguenta essa melodia, sem acorde certo e com muita batida quebrada, que tá tocando na minha cabeça.
Eu vou te cansar, eu sei, em algum momento a música perde o sentido e a gente fica pedindo silêncio. E aí, vai ser o teu silêncio, esse que hoje me devora, que vai cuidar de conduzir essa valsa mal ensaiada de nós dois.
Dois para cá, dois para lá, e eu vou perdendo o ar, de um lado e de outro. E se eu respiro no teu ritmo, acabo sufocada, no canto do salão.
É por isso que, hoje, eu vou te levar. Vem, sem medo, me acompanha. Eu não sei ser sutil, eu não aprendi delicadezas, então, aqui a gente só para quando corpo e corpo, juntos, não quererem mais. Por enquanto, meu péssimo bailarino, eu vou conduzir.

Nenhum comentário: