sexta-feira, abril 17, 2009

Carta ao meu amigo desconhecido.

Cartas são coisas importantes. As pessoas mais importantes que eu conheço, e que você conhece, certamente escreveram alguma carta. E receberam. Hoje eu não posso te escrever esse tipo de carta. A nossa carta vai ser sempre assim, sem destinatário conhecido e com remetente bem vago. Mas eu sei que você vai me entender, senão eu não escreveria.
Você me disse que tem essa mania de apagar mais que escrever, é por isso, meu caro amigo desconhecido, que você vai continuar assim…desconhecido. E não é porque eu quero. Você não vai mudar, você nem quer mudar. Seus sentimentos existem, eu sei, mas devem ser agradáveis demais para você insistir em mantê-los com você e não dividir com ninguém. Você ta pensando como eu posso ser tão egocêntrica né? “Não é porque eu não te digo o que sinto que não digo para ninguém”. Taí uma verdade sobre mim: eu sou egocêntrica.
Tão egocêntrica eu sou que acabo não pensando nas pessoas e na reação delas. Eu digo o que eu sinto que preciso dizer, para o meu conforto. E nunca me perguntei se as pessoas querem ou estão disponíveis de ouvir, e no seu caso, ler.
Você me é tão desconhecido que me deixa confusa. Você é tão desconhecido que eu acabo perdida e preciso te imaginar. E é te imaginando que eu me perdi, eu sei. Eu preciso guardar a minha criatividade para coisas menos perigosas e que não envolvam pessoas. Você não tem nada a ver com os meus sonhos, além de ser protagonista deles.
Há uns dias que eu escrevo. E tudo que eu escrevo tem seu nome, tem a tua cara que eu imagino. Acho que você não percebe, ou finge que não percebe. É tão mais fácil fugir de mim do que ler o que eu tenho para te escrever, não é? E diferente de você, eu nunca apago.
Esse foi o texto mais mal escrito da história da minha vida, um dos que eu mais demorei para escrever, e eu recorro ao Chico, porque ele diz e eu repito que eu prefiro então partir a tempo de poder a gente se desvencilhar da gente…
Você vai ser sempre meu amigo desconhecido, por quem eu inevitavelmente me apaixonei… Eu não sei como você veio, agora é hora de saber como você foi embora.

Um beijo, de quem não conheceu os seus,

Ms. P.

2 comentários:

Adriano Godoy disse...

Esse texto explica muita coisa.
Eu sou lerdo, Marcella.

Lara disse...

Adoro cartas, ela são a melhor forma de dizer algo a alguém...