domingo, novembro 06, 2011

tava ali deitada vendo um programa de super-heróis. A musiquinha do Batman sempre a arrepiou inteira e se pudesse materializar alguém  (perdoa ela, Shiryu?) seria ele, definitivamente. Depois da citação do Brecht, da questão psicológica e de toda discussão acerca da aura do herói, a única coisa que podia pensar é que o seu herói predileto não a salvaria de nada, pelo contrário. Acho que ela gosta mesmo é do herói atormentado e politicamente incorreto que o Batman sempre foi, pra terminar de foder com com qualquer sobra de sanidade que ainda tivesse. Ela fica tentando, de um jeito quase ridículo de tão sistemático, entender como é possível  pensar tanto em coisas improváveis e ter prazer com seu próprio desespero. Ainda que odiasse ser ansiosa, alimentava a ansiedade como quem engorda um animal para o abate: quando chegasse a hora, lembraria das facas dele e cortaria pedaço por pedaço essa ansiedade e que ela sangrasse o desejo e cozinhasse em fogo brando até o momento em que fosse recolhido em um prato e servido, ainda fervendo, pra si própria. Sacode a cabeça tentando lembrar em que momento esqueceu do Batman e pensou em facas, já que essas nunca foram as suas armas prediletas. Lembrou de imediato o que ligava os dois fatos, pensou nas mãos, no perdido beijo no colo e dormiu, com um sorriso (joker as can be) no rosto.

3 comentários:

Eduardo disse...

Bud!! Não acredito que te encontrei!
E acredito menos ainda na forma que te encontrei: estava lá, todo pimpão, pesquisando materiais sobre representações de religiosidades, até que encontro um belo artigo sobre Saramago e as narrações bíblicas, e qual não foi minha surpresa que era seu!!
Aí foi aquela busca imensa em todos os googles do mundo atrás de um jeito de poder falar contigo, afinal, desde a época que você foi pra portugal, nós nos perdemos :(
Enfim, não dão muito espaço pra comentário aqui. Mas quero que saibas que eu nunca me esqueci de ti, você é sempre minha cerveZa. Agora vou te ler um pouquito, matar as saudades.
Beijo grande!

Eduardo disse...

ai, eu acho o batman talvez cara que foi melhor construído de toda essa história de quadrinhos e heróis X vilões. Com todas suas fobias e psicoses, fica claro que o Batman é o real enquanto o playboy Bruce Wayne é a fantasia que ele veste pra sociedade.
Tá aí o tipo de salvação que ele pode oferecer, justamente essa coisa de 'foder com qualquer sobra de sanidade', e sério, eu acho isso bastante poderoso!

Beijão do Edu!
(ah, me manda um e-mail, qualquer coisa. já que não te encontro nessas redes sociais esvaziadas e talz)

Rosa disse...

edu, carai, mas você não deixou o seu email!!! vou adorar falar contigo!
me escreve?

marcellabud@gmail.com

beijo beijo