Rita gostava de homem engraçado, que fizesse ela rir o tempo todo, que era para levar a vida mais leve, a vida, que para Rita nunca foi fácil. O príncipe de Rita não tinha um cavalo branco, ele vinha a pé, com all star velho e falando sozinho, como se isso fizesse sentido. Rita tinha medo de cavalos e pessoas que não falavam sozinhas. "A gente tem que estabelecer um diálogo com a gente", repetia. Ela gostava de homem que gostasse de cerveja, e que bebesse direto na garrafa. e que risse disso com ela. Rita precisa rir, para a boca crescer e olho ficar pequenininho. E o olho pequeno da Rita não deixava ela ver o que tinha de ruim no mundo. Ela ria, ria, rita. Ela não quer saber do mundo se o mundo não tiver querendo saber dela.Rita queria sair pra dançar, achava legal quando um homem que não sabe dançar se esforça. Ele ficava lindo preocupado, então rita fingia que tinha doído muito mais do que realmente doeu, e se escorava nele para continuar em pé, "você pisou no meu pé", dizia rindo, mas com voz de manha.
Ela gostava de homem que fizesse ela esquecer de tudo, que mostrasse a cor do céu, e se divertisse com a abelha que tinha a listra amarela meio torta. Mas Rita acabou conhecendo um moço que não sabia dançar, e que também não tentava, que não gostava de cerveja e não bebia nada no bico. Ele fazia Rita rir, mas logo em seguida, tão rápido, ele abria os olhos de Rita. E se os olhos de Rita abrem, a boca fecha e aí não tem sorriso, não tem mais céu colorido, não tem mais nada. Ele quer mostrar para Rita que o mundo não vale a pena, que as pessoas não valem a pena, que ele é cinza. A Rita quer mostrar pra ele que ele é branco, com espaço para se colorir. Rita continua falando sozinha, ontem mesmo podia ouvir ela dizendo quantos lápis de cor ela ia ter que comprar...
Um comentário:
Eu admiro como você juntando palavras se resultam em intensidade.
Lindo de verdade :*
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