quero ficar no teu corpo feito tatuagem,
que é pra te dar coragem para seguir viagem
quando a noite vem...
Eu não lembro de ter sido tão desejada. Ele queria mesmo que eu tivesse ali. Ele queria que eu fosse dele, daquela maneira, como a gente havia sonhado durante dias. A minha alma parecia tão próxima da dele, que ali, colados (corpo a corpo, boca a boca), quanto mais dentro de mim ele estava, mais dentro deveria estar. E nunca era o suficiente. Não parecia justo que duas pessoas não pudessem definitivamente ser uma só. Como? Eu quero que vocês, senhoras e senhores, me expliquem como é possível? Se nada nele podia ser eu, se nada do que me emocionava também o emocionava, me diz porquê? As coisas deviam fazer sentido e não perderem o nexo quando ele chega. Mas é o cheiro, são as mãos compridas, é a cara de quem já me conhece mesmo sem nunca ter me visto.
Eu fui ficando meio bêbada daquele menino, que tinha cara de menino e voz de homem. Justo dele, que se envergonhava perto de pessoas bêbadas. Ele acha ridículo o jeito que eu danço, ele não gosta de como eu me visto, ele não entende meu caminho torto. Mas sabe que eu me dispo se ele pedir. Sabe que eu paro de dançar se ele quiser. Sabe que eu ando em linha reta se ele me deixar pegadas para eu seguir. Eu só não posso, menino, apagar as marcas. Eu só não posso, menino, dizer que eu já não sou. Minhas marcas são meu manifesto e um aviso: eu sabia que você ia chegar, o menino com jeito de homem que ia derrubar meu castelo de cartas. Eu marquei meu corpo para me prevenir de você. Não adiantou, mas isso você não pode apagar.
Eu fui ficando meio bêbada daquele menino, que tinha cara de menino e voz de homem. Justo dele, que se envergonhava perto de pessoas bêbadas. Ele acha ridículo o jeito que eu danço, ele não gosta de como eu me visto, ele não entende meu caminho torto. Mas sabe que eu me dispo se ele pedir. Sabe que eu paro de dançar se ele quiser. Sabe que eu ando em linha reta se ele me deixar pegadas para eu seguir. Eu só não posso, menino, apagar as marcas. Eu só não posso, menino, dizer que eu já não sou. Minhas marcas são meu manifesto e um aviso: eu sabia que você ia chegar, o menino com jeito de homem que ia derrubar meu castelo de cartas. Eu marquei meu corpo para me prevenir de você. Não adiantou, mas isso você não pode apagar.
2 comentários:
E às vezes a gente muda só porque alguém estende a mão.
Vc sempre me surpreende! :o)))
Beijos da vermelinha
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