Ela tinha os meios mais simples para te esquecer: livrar-se de suas fotos, sua letra, seus livros, seus beijos. Apaixonar-se por outro, outros, outras. Enumerar seus defeitos, suas falhas, não ligar para sua saudade. Mas ela atravessou um oceano inteiro, porque achou que só assim conseguiria.
Tinha aprendido que não entenderiam, simplesmente, não entenderiam seus gestos, seus medos não entenderiam seus motivos. Não entenderiam sua falta de respeito, seu desprezo, não entenderiam sequer seus sorrisos.
Fez tudo pelo caminho mais difícil, como sempre: escolheu a profissão que ninguém acreditava, escolheu a aparência que poucos confiavam, escolheu ter tido uma grande paixão por pouco tempo, do que um caso eterno de carinho. Escolheu o impacto do vermelho, do que a calma do azul.
Todo dia se perguntava: Por que sempre opta pelo caminho que machuca mais? Por que sempre prefere aprender tudo do jeito mais sofrido?
Ontem, ela entendeu: um homem não vai menos perdido por caminhar em linha recta...("O ano da morte de Ricardo Reis", José Saramago). Então tá, assim é mais fácil.
4 comentários:
Nossa!!!! Realmente incrível!!!
Beijos, Dani
Talvez eu deva percorrer caminhos mais longos então...
Porque é nas curvas da vida que a gente vê as melhores cores, e encontra as melhores pessoas.
Que mané linha reta que nada.
Postar um comentário