eram dois estranhos.de nada sabiam um do outro mais do que aquele outro naquele momento tinha que fazer. quase se engoliram de tão trôpegos de uma saudade de um tempo que nunca existiu; nem pra ele, nem pra ela. ela lembrava do seu cabelo comprido e de como aquilo tinha sido uma idéia de criança. ele lembrava dela exatamente do ponto onde o ser criança tinha passado.
Reconheciam-se porque o tempo, por mais cruel que pode ser, não apaga a memória. Leva os cabelos dele. leva a ingenuidade dela, mas não leva uma vontade guardada e quase esquecida no fundo do porta-mala daquele carro pequeno; sob medida.
O tempo, já dito cruel, passava na velocidade da luz, agora, que eles tentavam desesperadamente entrar um no corpo do outro. Ela não parava de pensar no que ele podia pensar; 'é ridículo, é loucura'. eram dois estranhos.
Na tentativa última de saber o mínimo daquele que podia ser a causa de uma insônia no dia seguinte ensaiou uma pergunta: você...
mas ficou quieta.
separaram-se, despediram-se: quem sabe um dia ele volte a ter cabelos longos e ela volte a ser ingênua. quem sabe um dia se esquecem de ter que lembrar pra continuar fazendo sentido...era melhor que fossem estranhos. ela tinha medo de se reconhecer nele.
ele tinha medo de lembrar-se dela.
3 comentários:
como esquecer garota tão inesquecível?
transatlanticamente, beijos =*
até perco as palavras ao ler algo seu, como hoje, como agora.
é tudo tão bonito, tão triste.
uma grande história de amor.ás avessas. (como vc já disse em outro texto seu). rss
eu te admiro, queria poder te dar um abraço agora e te dizer parabéns. ou não dizer nada.
só queria agradecer por ter conhecido vc, o seu blog.
enfim. espero anciosamente o proximo texto com a mesma sede de sempre de te ler.. :P
beeijãao rosa!
O tempo as vezes assume seu lado vilão, ele não paga mais afasta, torna estranhos os que já foram intimos, torna frio o que já foi calor, enfim, ele passa né, e não há o que se possa fazer...
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