sábado, junho 14, 2008
Era uma estátua de mármore. Branca, bonita, mas uma estátua. E por mais que se queira, por mais que se esforce... Uma estátua de mármore não pode fazer muito por você. Uma estátua, se sorri, foi esculpida. Se chora, continuará chorando por todos os outros dias que você passar por ela. Uma estátua. Que pena, meu amigo, você se apaixonou por uma estátua. Que pena, senhora da rua de trás, você tentou se explicar pra uma estátua. Desculpa, moça do nome de flor, estátuas não sabem falar de amor. Elas vão passar mais tantos anos da mesma maneira. Quando você tiver o corpo marcado pela saudade dos antigos amores, ela estará só mais gasta, de aguentar sereno sozinho. E quando ela tiver menos branca pela sujeira, você vai estar cada vez mais pálida. Porque no fim, é uma pena, mas você é igual a estátua, presa em você mesma, esperando alguém te tirar dali.
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2 comentários:
Aquela fronte que não diz nada
mera indiferença aparentada
"Desculpa, moça do nome de flor, estátuas não sabem falar de amor." já diz tudo...
na sua arte com tanta vivacidade
moldou todo o silêncio e brevidade
de um rosto mudo...
Maravilhoso, Rosa. "Porque no fim, é uma pena, mas você é igual a estátua, presa em você mesma, esperando alguém te tirar dali." Eu estava pensando em dizer pra você algo parecido com isso esses tempos. E você já disse, e de uma maneira espetacular.
Beijos!!!
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