Aí entrava. Com a força de quem queria ferir tudo, todos. Como se aquele cheiro fosse capaz de transformar toda sua civilidade. E um queria ser do outro numa espécie de posse obsessiva. Tão doentio quanto poético. E aquela sublime atmosfera carnal trazia de dentro dela uma maldade desconhecida. Contorcia-se pra evitar o inevitável. E quanto mais se fundiam em um mais o controle de suas mãos diminuíam. As pernas em cãibra e os braços descontrolados estapeando o que podiam. Mordia para evitar o grito. Gritava para clamar o gozo. E nunca estaria exausta. Engolia, enchia a boca. Queria se afogar, queria vomitar. Queria contar pros vizinhos, pros amigos, pro mundo: que só assim ela se sentia bem.
2 comentários:
Lindo isso *-*
Nada como um pouco mais de experiência
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