sexta-feira, dezembro 09, 2011

re-e-dito

Aquela ali sentada sou eu. Dobro as pernas daquele jeito porque me parece confortável, mas as mãos inquietas são a denúncia clara de que eu não estou confortável. Vocês podem claramente perceber que eu estou ansiosa, espero alguma coisa e não suporto essa espera, até porque, como vocês podem ver, o chão no qual estou sentada está bem sujo e me incomoda bastante sujar meu vestido novo, aquele que eu coloquei para dizer que, na verdade, eu não espero mais nada. Eu vou mudar a história, então. Vou embora depois do banho, porque eu faço questão que o cheiro do perfume faça escala entre nós, e arranje morada no nariz dele. É só pra torturar, mesmo, um pouco de vingança na narrativa cor-de-rosa. Ali, sentada, eu me pergunto se não estou sendo sempre injusta, mas a perfeição dele é que dizima com a minha compaixão. Como vocês podem ver, eu ainda seguro nas mãos um livro novo que conta uma nova história, sobre novos lugares. A nova história, entretanto, tem antigos personagens e eu não duvidaria se dissessem que eu apareço ali, só como tradutora de um enredo já contado. Que pena que eu tenho de mim. Minha edição especial trouxe em letras garrafais outro sobrenome, que vai fazê-lo de personagem. Eu me contento, eu juro, em traduzir, se ele quiser eu digo simultaneametnte as palavras da verdadeira autora e repito quantas vezes lhe aprouver. Se ela vai comandar a história, eu prefiro brincar de fábula, e virar uma coruja escondida em algum enredo de sabedoria. Amor não, literatura. Amor não: literatura! Eu só não posso chegar até o final, minha edição é limitada, e meu tempo é curto demais...Vou voltar para um poema concreto, agora.

4 comentários:

Tássio disse...

Continua escrevendo divinamente!

Rosa disse...

Tássio, me manda seu email e facebook!!!

Cosmic Girl disse...

Parabéns, escreve muito bem! Continue!

marli disse...

se reeditar é preciso