É como se eu estivesse presa em mim mesma, conseguindo tocar as quatro paredes que me cercam. Eu toco, mas não quebro: nem as paredes, nem a expectativa. O máximo que se destrói dentro de mim são os meus pulsos, esmurrando com uma frequência quase musical essa parede que me lembra o seu abraço, quase intocável e totalmente indestrutível. Eu ainda me incomodo muito com as minhas próprias unhas quando eu fecho as mãos, tentando segurar o que já não vejo. As unhas são as partes de mim que mais me identificam: assim escuras e longas elas prometem uma força que eu não tenho, mas que eu finjo muito bem.