Diorina, me diz, para que essa maquiagem toda? Faz dias que eu não percebo que cor tem embaixo dos seus olhos. Olheira não é vergonha não, menina, é sinal de noite bem acompanhada (ou de insônia pensando em sua sina). Mas se tu passou a noite acordada, e a companhia não foi minha, esconda mesmo essas olheiras, antes que a noite acabe em carnificina.
Volte, aqui, Diorina. Duvido que essa cara toda só contenha 1 grama. É muito reboco para pouca pele. Como é que a gente vai saber, amada minha, se aquele beijo no cangote valeu ou não um arrepio nas bochechas? Aliás, com essa maçãs do rosto assim tão vermelhas eu fico confuso: não se te mordo ou me mordo de ciúme: fica se ruborizando toda até para pedir o pão da esquina. Ai, Diorina...
Diorina, eu sei que tu é minha bonequinha, mas não carece de cílios tão grandes, não. Assim teu olho fica mais longe do meu e você num pode nem chorar depois daquele filme lindo. Fica parecendo o corvo e, ai, vida minha, esse bicho me bota nervoso.
Olhe, Diorina, quem dá corretivo é Deus! Largue o pó ou eu largo de você. E te chamo de palhaça com justa causa. Base na sua vida sou eu, mulher! Apoia aqui que eu te levo onde tu quiser. Diorina, que susto você me deu semana passada, achei que aquela minha pinta predileta tinha sido dizimada.
Vem cá, Diorina, não diz que eu sou insensível, não. Molha esse cabelo que eu gosto dele bagunçado, e pra tu não reclamar aqui do seu amado, eu lhe digo: passa um batom bem vermelho e vem manchá-lo todo aqui comigo.